Sem palavras que possam descrever tal experiência. Mas tentarei.
Já há algum tempo me distanciei um pouco da experiência da fé, da religião, do caminhar com Deus, mas não foi algo exatamente proposital, foram surgindo novas responsabilidades, novos compromissos, novas pessoas... Tudo isso foi ocupando espaços em minha vida, e com isso passei a ter uma fé por conveniência, aquela de ir à igreja aos domingos...
Tocava na missa às vezes, podia até tocar um instrumento, mas eu não era de fato tocada lá dentro.
Aí, em um determinado momento em minha vida, toda aquela correria de antes dá uma pausa... E quando ocorre uma pausa, temos a oportunidade de olharmos para dentro de nós mesmos, de nos encontrarmos conosco. E isso pode não ser tão agradável quanto se imagina.
Mas retornando à questão da fé, há tempos não paro para refletir sobre isso, e hoje aconteceu algo tão surreal, tão inexplicável, que me senti obrigada a tentar compartilhar com alguém que talvez leia isso...
Na bíblia existe uma passagem que fala sobre os discípulos de Emaús, que após todo o acontecimento da crucificação de Cristo, caminhavam tristes para sua aldeia, quando aparece um homem e coloca-se a caminhar junto com eles. E estavam tão ocupados olhando apenas para a perda, para a tristeza, que não conseguiram enxergar que aquele peregrino que caminhava junto a eles era o próprio Jesus que havia ressuscitado, só perceberam o fato quando ao chegarem à aldeia, sentaram-se à mesa para a refeição, e aquele peregrino partiu o pão e rendeu graças aos céus, reconheceram então quem estava junto deles.
Hoje fui convidada para uma nova experiência, no começo relutei a ir, preferia ficar no conforto da minha casa. Mas pensei melhor e resolvi aceitar a tal experiência, com outras pessoas. De olhos vendados, fomos levados à um lugar distante da cidade, e o que aconteceu lá foi simplesmente maravilhoso, foi como um misto de "Ensaio sobre a cegueira" e "discípulos de Emaús"... Só mesmo estando lá para entender.
Mas o aprendizado que trago comigo, é que estamos vivendo de olhos vendados para o amor, para Deus, para as outras pessoas. Essas vendas são colocadas pelos valores impostos pelo mundo, pela nossa intolerância ao outro que é tão falho quanto nós mesmos; pela dificuldade que temos em parar e olhar para o nosso interior e enxergar quem de fato estamos sendo, e as vezes elas estão tão bem fixadas em nossos olhos que tropeçamos nos nossos próprios erros e em nosso orgulho, pisamos em quem está perto, e nos tornamos cegos para ver o amor que bate à nossa porta.
Por hora é isto, sei que não consegui expressar nem metade do que gostaria, alguém pode não entender nada, ou achar que fiquei doida, mas tudo bem, quem irá dizer que talvez isso não seja verdade?!
Gostaria de deixar alguns trechos da música que ouvi enquanto estava de olhos vendados, fala sobre o abandonar-se nas mãos de Deus...

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